Conhecimento da Língua

classes de palavras; função sintática; sujeito; complemento direto; complemento oblíquo; oração subordinada; textualização

Com este item, pretende-se avaliar a capacidade de o aluno identificar classes de palavras e orações subordinadas, bem como reconhecer funções sintáticas (sujeito, complemento direto e complemento oblíquo).

Relação com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (áreas de competências):

«Linguagens e Textos»;

«Raciocínio e Resolução de Problemas».

As respostas a este item de seleção são classificadas por níveis de desempenho, de acordo com os critérios específicos. A cada nível de desempenho corresponde uma dada pontuação. A transcrição do texto da opção escolhida é considerada equivalente à indicação da letra ou do número correspondente.

Para responder a este tipo de item, devem ser realizadas atividades que impliquem a identificação de classes de palavras, de frases subordinadas e de funções sintáticas.

Dado que as respostas dos examinandos evidenciaram que o maior grau de dificuldade se verificou na alínea c), as estratégias propostas incidem nos conteúdos mobilizados nesta alínea, ou seja, nas funções sintáticas seguintes: sujeito, complemento direto e complemento oblíquo.

Os itens propostos devem ter formatos diversos, de modo a ativarem operações cognitivas de diferentes graus de complexidade.

Neste âmbito, as produções escritas desempenham um papel fundamental na consolidação do conhecimento explícito da língua portuguesa.

Exemplos de situações de aprendizagem:

Oficina Gramatical. Observação e análise de dados linguísticos pelos alunos, a partir da constituição de um corpus. Cada uma das atividades realizadas neste âmbito deve contribuir para a consolidação do conhecimento gramatical em causa.

Etapa 1: Reconhecimento do Sujeito

Apresentação de frases exemplificativas da ocorrência do sujeito, sublinhando-se com cores diferentes cada tipo de sujeito – simples, composto, nulo e frásico (orações subordinadas substantivas relativas e completivas), de modo a evidenciar que:

• o sujeito pode ser um sintagma nominal ou uma oração subordinada substantiva;
• o sujeito é o constituinte que concorda em pessoa e número com o verbo.

Resolução de exercícios (por exemplo, itens de resposta curta, itens de completamento, itens de escolha múltipla e itens de associação simples) que possibilitem:

• a identificação do sujeito através da substituição do sintagma nominal por um pronome da série nominativa: eu, tu, nós, vós, você(s), ele(s), ela(s);
• a identificação do sujeito através da substituição da oração subordinada substantiva pelos pronomes demonstrativos isto, isso, aquilo, colocados antes do verbo;
• o reconhecimento das alterações provocadas pela reescrita de frases com a mudança da flexão em número e/ou pessoa do sujeito.

Etapa 2: Reconhecimento do Complemento Direto

Apresentação de frases exemplificativas da ocorrência do complemento direto, sombreado a cor, de modo a evidenciar que:

• o complemento direto é selecionado por verbos transitivos ou ditransitivos;
• o complemento direto pode ser um sintagma nominal ou uma oração subordinada substantiva;
• o complemento direto de uma oração transitiva corresponde, tipicamente, ao sujeito dessa frase na voz passiva, formada com o verbo auxiliar ser.

Resolução de exercícios (por exemplo, itens de resposta curta, itens de completamento e itens de associação simples) que possibilitem:

• a identificação do complemento direto através da substituição do sintagma nominal por um pronome da série acusativa: me, te, nos, vos, o(s), a(s) ou se;
• a identificação do complemento direto através da substituição da oração subordinada pelo pronome demonstrativo átono ou pelos pronomes demonstrativos tónicos invariáveis isto, isso, aquilo, após o verbo;
• a distinção entre sujeito e complemento direto através das substituições mencionadas anteriormente e da reescrita de frases na voz passiva.

Etapa 3: Reconhecimento do Complemento Oblíquo

Apresentação de frases exemplificativas da ocorrência do complemento oblíquo, de modo a evidenciar que:

• o complemento oblíquo é, tipicamente, um sintagma preposicional selecionado pelo verbo, contudo não é preposicionado quando corresponde a uma expressão adverbial ou a uma expressão quantificada (por exemplo, quando ocorre com os verbos custar, durar, medir, pesar).

Resolução de exercícios (por exemplo, itens de resposta curta, itens de completamento e itens de associação simples) que possibilitem:

• a conclusão de que o complemento oblíquo não pode ser substituído por nenhuma forma pronominal;
• a identificação de complementos oblíquos locativos através da substituição por advérbios locativos como aqui, aí, ali, acolá.

Oficina de Escrita. Produção de textos diversos, evidenciando o uso diferenciado do complemento oblíquo.

     Diário de uma viagem

• Observação de três fotografias que representem paisagens.
• Relato de uma viagem, sob a forma de registo diarístico, que inclua, pelo menos, quatro complementos oblíquos (por exemplo, selecionados pelos verbos ir, vir, dirigir-se, chegar, datar, durar).

      Anúncio

• Pesquisa, na Internet, de informação sobre residências de estudantes que inclua fotografias desses espaços.
• Escolha da residência ideal, tendo em conta critérios como: proximidade da escola ou da faculdade; conforto dos quartos e zonas comuns; preços praticados.
• Redação de um anúncio para encontrar um estudante que queira alugar um quarto recentemente desocupado nessa residência. O texto deve incluir referências a localização e acessos, características da habitação e regras de convívio, com recurso obrigatório a quatro complementos oblíquos (por exemplo, selecionados pelos verbos morar, viver, encontrar-se, precisar, necessitar, carecer, gostar).