Ano de escolaridade:
12.º ano
Disciplina/área curricular:
Português
 
Domínio/Tema:

Educação Literária e Escrita

Prova/Ano escolar:
Exame Final Nacional de Português (639) | 1.ª Fase de 2025
Palavras-chave:

Poesia lírica e Narrativa épica de Camões; caracterização de personagens; relações intertextuais.

 

Apresentação do Item (Clique aqui para aceder à prova em PDF):

 Grupo I - Parte C - versão 1

 

Características do Item
Tipologia:
Item de construção
Formato:
Resposta restrita
Tipo de suportes:

Os Lusíadas, de Luís de Camões (excerto); Mensagem, de Fernando Pessoa («D. Fernando, Infante de Portugal»).

Nível de complexidade cognitiva:
Nível 3 (superior) – interpretar; relacionar; justificar
 
Dados estatísticos
        Percentagem de acerto:
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        Grau de dificuldade:
 
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Objetivos do item: o que se pretende avaliar e sua relação com as AE e o PA

Com este item pretende-se que o aluno distinga, de forma fundamentada, características líricas e épicas na descrição da personagem D. Fernando. Esta distinção implica a realização de inferências, o estabelecimento de relações entre diferentes elementos textuais e a análise crítica dos recursos utilizados para a construção do sentido dos textos pessoano e camoniano em análise. Pretende-se, igualmente, que o aluno produza um discurso bem estruturado e correto do ponto de vista linguístico.

Relação com as Aprendizagens Essenciais (10.º a 12.º anos de escolaridade):

− «Interpretar obras literárias portuguesas de diferentes autores e géneros, produzidas entre os séculos XII e XVI»;

− «Interpretar obras literárias portuguesas de diferentes autores e géneros, produzidas no século XX»;

− «Relacionar características formais do texto poético com a construção do sentido»;

− «Interpretar o sentido global do texto e a intencionalidade comunicativa com base em inferências devidamente justificadas»;

− «Analisar os recursos utilizados para a construção do sentido do texto»;

− «Comparar textos em função de temas, ideias, valores e marcos históricos e culturais»;

− «Redigir com desenvoltura, consistência, adequação e correção […]»;

− «Redigir o texto com domínio seguro […] dos mecanismos de coerência e coesão textual».

 

Relação com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (áreas de competências):

- «Linguagens e textos»;

- «Raciocínio e resolução de problemas»;

- «Pensamento crítico e pensamento criativo»;

- «Sensibilidade estética e artística».

− «Clarificar tema(s), subtemas, ideias principais, pontos de vista»;

− «Redigir com desenvoltura, consistência, adequação e correção […]»;

− «Redigir o texto com domínio seguro da organização em parágrafos e dos mecanismos de       

    coerência e coesão textual».

 

Relação com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (áreas de competências):

- «Linguagens e textos»;

- «Raciocínio e resolução de problemas»;

- «Pensamento crítico e pensamento criativo»;

- «Sensibilidade estética e artística».

 
Critérios de classificação (Clique aqui para aceder aos critérios de classificação em PDF):

 

Exemplos de didáticas e situações de aprendizagem a que os alunos poderiam ser sujeitos para responder corretamente ao item:

 

Para cumprir com sucesso o solicitado no item, os alunos terão de realizar, em contexto de sala de aula, atividades como as que se propõem, de seguida, de complexidade crescente, com vista ao desenvolvimento gradual das competências necessárias para proceder à comparação (por analogia e/ou por contraste) entre textos, obras, imagens…

Assim, as propostas de situações de aprendizagem apresentadas correspondem a três etapas distintas de realização de tarefas, com um grau de dificuldade crescente.

Em contexto didático, aconselha-se iniciar a partir da etapa 1 (de menor complexidade) até alcançar a etapa 3. Contudo, caso assim se entenda, em função do grau de desenvolvimento de competências dos discentes, nada impede que se inicie pela etapa 2 ou pela etapa 3.

 

ETAPA 1

- Proceder à leitura de dois textos, cuja produção dista de mais de dois séculos, por exemplo, “Autorretrato”, de Manuel Maria Barbosa do Bocage, e “Autorretrato”, de Alexandre O’Neill;

 

- Descrever os sujeitos poéticos de cada um dos poemas, em função dos elementos disponibilizados de forma explícita pelos textos, procedendo ao levantamento das suas características físicas e de personalidade;

- Realizar inferências textuais a partir de informação implícita nos textos, com vista à caracterização dos sujeitos poéticos;

-Comparar as características identificadas, diagnosticando as semelhanças e as diferenças entre as mesmas;

- Escrever um texto, no qual distinga os dois sujeitos poéticos, explicitando dois traços distintivos e fundamentando cada um deles com transcrições pertinentes.

 

ETAPA 2

- Pesquisar informação sobre os amores de Pedro e Inês em diversas fontes históricas, de modo a contextualizar a leitura dos textos a analisar posteriormente;

- Ler as estrofes CXX e seguintes d’Os Lusíadas, de Luís de Camões, e o poema «Inês e Pedro: quarenta anos depois», de Ana Luísa Amaral;

- Proceder à caracterização das personagens Inês e Pedro, em cada um dos poemas;

- Comparar as características identificadas em cada um dos poemas, realçando os traços distintivos das personagens;

- A partir das características das personagens, descrever a relação amorosa estabelecida entre Inês e Pedro em cada um dos poemas;

- Redigir uma breve exposição na qual distinga esses textos, no que diz respeito ao tipo de relação amorosa e/ou sentimental estabelecida entre as personagens.

 

ETAPA 3

- Pesquisar informação sobre D. Sebastião, em diferentes fontes históricas, que permitam compreender a controvérsia gerada pelo carácter e personalidades desta figura;

- Analisar duas representações escultóricas distintas de D. Sebastião: a primeira, realizada por Lagoa Henriques, que foi inaugurada em Esposende no ano de 1973; a segunda, elaborada por João Cutileiro e apresentada ao público em Lagos no mesmo ano de 1973 (se necessário, recorrer à procura de informações sobre os escultores e o período histórico em que viveram);

- Identificar as características essenciais de cada uma das representações do jovem monarca, estabelecendo comparações entre os seus elementos díspares;

- Deduzir, a partir das características identificadas, a(s) diferente(s) função(ões) de cada estátua em relação ao mito sebastianista;

- Redigir uma breve exposição na qual distinga essas duas estátuas, no que diz respeito ao tipo de relação estabelecida com o mito sebastianista e com a mensagem ideológica veiculada por cada representação escultórica.

Este mesmo exercício poderá ser realizado com outros objetos artísticos, nomeadamente as estátuas de:

  • Camilo Castelo Branco, por Francisco Simões (Porto, 2012), e Eça de Queirós, por Teixeira Lopes (Lisboa, 1903);
  • Afonso Henriques, por Soares dos Reis (Guimarães, 1887) e por João Cutileiro (Guimarães, 2001);
  • Fernando Pessoa, por Lagoa Henriques (Lisboa) e por Jean-Michel Folon (Lisboa, 2001).

 


* Complexidade não é sinónimo de Dificuldade.
A complexidade tem a ver com o processo cognitivo que é requerido para a realização da tarefa ou do item de avaliação. É definida antes e durante o processo de construção da tarefa ou do item.
A dificuldade pode e deve ser estimada, mas só é possível determinar com exatidão depois da aplicação do instrumento/tarefa, através dos resultados obtidos.